Estresse tóxico: como ele pode afetar a saúde e o desenvolvimento das crianças
Conforme artigo publicado no site da BBC Brasil, o estresse é uma resposta fisiológica a uma situação adversa, que, quando produzida, desencadeia mudanças químicas no nosso corpo, que afetam os sistemas imunológico, endócrino e neurológico.
O Centro de Desenvolvimento da Criança da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, cita três tipos diferentes de resposta ao estresse: positiva, tolerável e tóxica, dependendo do efeito que essa reação tem sobre o corpo. Enquanto as duas primeiras fazem parte do desenvolvimento normal de uma criança, a terceira é prejudicial.
Quando o estresse é tóxico?
A resposta tóxica ao estresse pode ocorrer quando uma criança vivencia uma dificuldade forte, frequente e prolongada, sem apoio adequado de um adulto.
Exemplos são negligência, abuso físico ou emocional, exposição à violência, vício em drogas, problemas mentais ou grande pobreza.
Uma mãe com depressão profunda, que não pode cuidar do seu bebê, os pais alcoólatras ou viciados em drogas, que não se dedicam aos seus filhos, podem fazer a criança entrar num estado permanente de estresse, considerado tóxico. E isso, segundo especialistas, pode gerar repercussões por toda a vida.
Quanto mais adversas são essas experiências na infância, maior é a probabilidade da criança vir a apresentar atrasos no desenvolvimento e problemas de saúde, como cardiopatias, diabetes, abusos de drogas e depressão, além de dificuldade de adaptação.
Diante do estresse, o corpo e o cérebro ficam em alerta: produzem adrenalina, aumentam a frequência cardíaca e liberam mais hormônios, como o cortisol. Depois de certo tempo, espera-se que a resposta se atenue, e o corpo volte ao estado natural.
Isso ocorre quando a situação de alarme diminui ou, no caso de uma criança, depois do consolo de um adulto. Mas se isto não ocorrer, a resposta permanecerá constantemente ativa, inclusive quando já não existir um perigo aparente.
Quais são os danos?
Esse tipo de resposta prolongada ao estresse é considerada tóxica porque pode saturar o cérebro da criança e interromper o seu desenvolvimento, especialmente durante os períodos mais sensíveis do crescimento infantil.
Segundo o centro de Harvard, “nas áreas do cérebro dedicadas à aprendizagem e ao raciocínio, as conexões neurais que formam a arquitetura cerebral são mais fracas e escassas”. “A ciência demonstra que a atividade prolongada dos hormônios do estresse na infância pode diminuir as conexões neurais nessas importantes zonas do cérebro, precisamente num momento em que deveriam formar conexões novas.”
O estresse tóxico resulta em desregulação do sistema imunológico, que aumenta o risco e a frequência das infecções entre as crianças, afirmou o pediatra Hillary Franke, do Centro de Medicina Integrada da Universidade do Arizona.
Os especialistas também acreditam que o estresse tóxico tem um papel no desenvolvimento de transtornos depressivos, problemas de comportamento, transtorno de estresse pós-traumático e psicose.
Segundo Franke, em estudo de 2014, “os adultos que sofreram estresse tóxico na infância também podem ter mais doenças físicas e serem mais suscetíveis ao alcoolismo, obstrução pulmonar crônica, depressão, câncer, obesidade, tentativas de suicídio, cardiopatia, e uma miríade de outras patologias”.
Se, por um lado, não for possível acabar com as causas do estresse infantil, como pobreza, abuso e negligência, por outro é possível apoiar as famílias, para que elas possam estabelecer relações seguras e estáveis entre adultos e crianças.
As pesquisas feitas até agora mostram que estabelecer uma relação de apoio estável, com adultos envolvidos no bem-estar da criança em sua idade mais tenra, poderá evitar, ou reverter os danos do estresse tóxico.
Todavia, os esforços para evitar ou reverter os danos do estresse tóxico dependerão da possibilidade de conhecer as causas do estresse tóxico infantil, que, nem sempre, são aparentes ou fáceis de identificar.
Existem maneiras de fazer isto, e, entre elas, destaca-se o emprego do cardioEmotion, que é uma ferramenta complementar-integrativa desenvolvida no Brasil pela Neuropsicotronics, em parceria com a USP.
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Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.
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