Coerência cardíaca: uma nova medida não invasiva do equilíbrio do sistema nervoso autônomo

Este artigo de Tiller W. A. e col. foi publicado em Altern Ther Health Med. 1996 Jan; 2(1):52-65.

Resumo

Embora a regulação do sistema nervoso autônomo (SNA) tenha sido estudada durante o estresse usando análise da variabilidade da frequência cardíaca, também conhecida como coerência cardíaca, pouco se conhece sobre a sua regulação durante os estados emocionais.

Usando medidas da coerência cardíaca, os autores estudaram o equilíbrio do SNA em 20 sujeitos treinados com uma técnica de autocontrole mental e emocional. Esta técnica consiste de conscientemente desligar as reações mentais e emocionais relacionadas a eventos internos ou externos e mudar o foco da atenção da mente e das emoções para a área física em torno do coração, ao mesmo tempo em que a pessoa deve focar em emoções positivas, como amor e estima. Esta técnica permite que as pessoas desviem a atenção da mente para o coração, e tal mudança resulta numa percepção mais ampla e mais objetiva quando o evento estressante está ocorrendo, ao invés de após o evento ter acontecido.

Segundo os autores, este estudo ocorreu em dois ambientes: em condições controladas de laboratório e na vida real, nas condições estressantes do ambiente de trabalho. As medidas dos intervalos R-R obtidas foram divididas em três regiões: baixa frequência (atividade predominantemente simpática), média frequência e alta frequência (atividade parassimpática). Três condições únicas do equilíbrio do SNA puderam ser claramente observadas: 1) modo de funcionamento cardíaco normal, 2) modo de arrasto e 3) modo de coerência interna.

O modo de coerência é novo na literatura. Os autores mostraram dados que apoiam os modos 2 e 3, e que mostram que o grupo de 20 sujeitos treinados com a técnica acima mencionada podem entrar nesses estados e mantê-los quando quiserem.

Os autores dizem que os resultados sugerem que as experiências emocionais desempenham um papel no equilíbrio do SNA, independentemente da frequência cardíaca e da respiração, e sugerem ainda que as emoções positivas levam a mudanças da coerência cardíaca que podem ser benéficas no tratamento da hipertensão arterial e diminuir a probabilidade da morte súbita em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva e com doença das artérias coronárias.

—

Você sabe que no Brasil já existe uma ferramenta de biofeedback cardíaco (HRV) disponível para auxiliar no tratamento da ansiedade? Para saber mais sobre essa ferramenta chamada cardioEmotion, faça download do e-Book “Como tornar visível o invisível: visualizando as reações psicofisiológicas por meio de biofeedback”.

 

—

Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.