A promessa do biofeedback da variabilidade da frequência cardíaca: aplicações baseadas em evidências
Este artigo de Richard Gevirtz, PhD, BCB foi publicado em Biofeedback Volume 41, Issue 3, pp. 110–120, 2013 DOI: 10.5298/1081-5937-41.3.01. Para acessar o texto completo clique aqui.Segundo o autor, o biofeedback da variabilidade da frequência cardíaca (heart rate variability – HRV) desfrutou de crescente popularidade nos últimos anos. Nesta revisão, é apresentada evidência empírica de múltiplas fontes, sob o ponto de vista de possíveis mecanismos de ação. Embora mais pesquisas sejam necessárias, os dados já conhecidos até o momento são certamente promissores.
Neste artigo, o autor revisa o estado da literatura empírica sobre o uso o biofeedback HRV com e sem outros componentes clínicos. Em 2010, Wheat e Larkin revisaram alguma desta literatura e concluíram que “Os resultados revelaram que o biofeedback HRV produz melhoras agudas consistentes durante a prática, enquanto que a presença de efeitos duradouros de curto e de longo prazo é menos clara”. Todavia, um substancial número de estudos apareceu desde esta revisão.
Desenvolvido no início da década de 1980, o biofeedback HRV foi concebido como uma intervenção dirigida para o sistema nervoso parassimpático (SNP), em contraste com outras técnicas focadas no sistema nervoso simpático (SNS), ou nos músculos (veja Lehrer para ler uma história sobre este tópico).
Nós agora achamos que o treinamento afeta a homeostase dos reflexos cardiovasculares, aumentando a flexibilidade e a recuperação das situações adaptativas de luta ou fuga. Além disso, nós estamos agora investigando as vias aferentes vagais que podem explicar alguns dos efeitos centrais descritos a seguir (MacKinnon, Gevirtz, McCraty, e Brown, 2013).
Uma terceira via foi descrita por Tracey (2002) e envolve o sistema parassimpático ou colinérgico, que regula a resposta inflamatória.
A seguinte revisão foi organizada de acordo com os possíveis mecanismos de ação. Esta revisão aborda os seguintes itens:
1. Restauração da homeostase autônoma:
✔ Asma e doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC)
✔ Doenças funcionais gastrointestinais, síndrome do colo irritável
✔ Fibromialgia
✔ Reabilitação cardíaca
✔ Hipertensão arterial
✔ Dor muscular crônica
✔ Ginecologia e obstetrícia: hipertensão arterial induzida pela gravidez e trabalho de parto prematuro
2. Efeitos centrais via nervo vago aferente:
✔ Depressão
✔ Ansiedade: síndrome do estresse pós-traumático, fobias
✔ Distúrbios do sono
✔ Melhora do desempenho: atletas, golfistas, artistas plásticos, músicos, dançarinos, etc.
3. Efeitos colinérgicos sobre o sistema imunológico:
✔ Respostas inflamatórias anormais, como doenças autoimunes, problemas de cicatrização.
Em resumo, vários estudos tentaram explicar a eficácia do biofeedback HRV numa ampla gama de distúrbios médicos e emocionais. Cada grupo discutido de distúrbios mostra uma via provável de ação psicofisiológica, através da qual o biofeedback melhora os sintomas. Pesquisas adicionais são necessárias para demonstrar e solidificar o atual conhecimento sobre os prováveis mecanismos de ação.
Você sabe que no Brasil já existe uma ferramenta de biofeedback cardíaco (HRV) disponível? Para saber mais sobre essa ferramenta chamada cardioEmotion, faça download do e-Book “Como tornar visível o invisível: visualizando as reações psicofisiológicas por meio de biofeedback”.
Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.
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