Como o seu estado mental afeta o seu desempenho
Este é um artigo de Alexander Caillet1, Jeremy Hirschberg2 e Stefano Petti3, publicado na Harvard Business Review em 08 de dezembro de 2014, cujo texto integral pode ser acessado aqui
Há dois anos essa organização lançou uma iniciativa global de longo prazo, para prover dados quantitativos sobre este assunto. Os autores selecionaram 18 estados mentais e pesquisaram líderes de todo o mundo sobre com que frequência eles experimentavam tais estados mentais, o impacto de cada um deles sobre a sua eficácia e desempenho e o que eles faziam para gerenciar esses estados mentais. Informam os autores que, até a presente data, eles pesquisaram e entrevistaram mais de 740 líderes.
A seguir, está um gráfico que lista a porcentagem de líderes que relataram experimentar cada um dos 18 estados mentais de maneira frequente e regular:
Dos 18 estados mentais mencionados no gráfico, não foi surpresa que 94% dos que responderam relataram que Calma, Feliz e Energizado (CFE) são os três estados que produzem os maiores níveis de eficácia e de desempenho. Como explica Giglio Del Borgo, um gerente de área da Experian: “Se você estiver energizado, sem necessariamente estar demasiado excitado ou eufórico sobre as coisas, essa energia será transmitida para as pessoas que trabalham ao seu redor”.
O gráfico mostra claramente que a maioria dos líderes parece ser capaz de acessar regularmente os estados mentais CFE. Entretanto, os estados mentais Frustrado, Ansioso, Cansado e Estressado (FACE) também foram relativamente comuns. E, os autores descobriram que certos fatores como a idade, o sexo, o nível na organização, o mandato (nível de responsabilidade), o grau de influência e o tipo/tamanho da organização são correlacionados a estados mentais semelhantes, sendo que os estados mentais mais baixos são mais prevalentes em certas categorias de pessoas – jovens, do sexo masculino, com menor nível de responsabilidade, e os que operam num nível organizacional mais baixo.
Ainda segundo os autores, maioria dos líderes relatou que os estados mentais FACE frequentemente produziam benefícios no curto prazo, mas eram prejudiciais no longo prazo, especialmente em relação aos relacionamentos. Eles também relataram que é difícil sair destes estados mentais quando eles estão consistentemente presentes na cultura e no ambiente empresarial. Davida Fedeli, uma ex Vice-Presidente de Recursos Humanos da Western Union Europa, disse que: “Houve momentos, durante o processo de integração de mudança, nos quais eu me sentia constantemente frustrada, por que eu estava tentando antecipar as expectativas das partes interessadas. Mas, no final do dia, eu não estava obtendo os resultados que eu queria, por permanecer continuamente nesse estado mental”.
Logo, como os líderes mudam de estados mentais rebaixados para os mais elevados e melhoram a sua eficiência e desempenho? E como eles podem ajudar outras pessoas da sua organização, que tendem para o padrão dos estados mentais mais baixos, a fazer o mesmo? Os autores consolidaram as melhores práticas em quatro categorias:
Pensamentos e sentimentos:
Reconheça as suas emoções para reduzir a intensidade delas. Permita que os seus pensamentos sejam transitórios. Visualize imagens positivas para gerar pensamentos positivos. Foque novamente a sua atenção em diferentes estímulos. Revise em busca de clareza e engaje em conversas com significado, para abrigar o entendimento e o otimismo.
Fisiologia:
Use respiração profunda para diminuir o estresse. Faça alongamento para soltar os músculos, estimule o fluxo sanguíneo e melhore a função de cognição. Faça intervalos para clarear a mente, relaxe o córtex pré-frontal e aumente a sensação de contentamento.
Ambiente externo:
Ajuste a iluminação e bloqueie ruídos para gerar calma. Ouça música para estimular a reflexão. Elimine o tumulto para reduzir a ansiedade e melhorar o foco. E gaste algum tempo na natureza para mudar a perspectiva.
Saúde e bem estar:
Como bem uma dieta balanceada, mantenha um regime de atividade física e durma o suficiente para manter a sua energia e equilíbrio.
Tudo da última categoria é essencial. Em relação às demais categorias, escolha um punhado de práticas que funcionem para você, e, então, use-as juntas para ter consistência.
Dizem os autores que, se você fizer isto, como, ficar ciente da sua ansiedade, respirar fundo, visualizar ter uma conversa positiva com familiares (esposa, filhos, etc.), ao invés de discutir agressivamente, e aceitar que você não pode mudar o tráfico de uma cidade grande, você começará a explorar como melhor gerenciar os seus horários, e o seu volume de trabalho. O seu estado mental mudará e você se sentirá bem no decorrer do dia.
Você sabe que no Brasil já existe uma ferramenta de biofeedback cardíaco (HRV) disponível? Para saber mais sobre essa ferramenta chamada cardioEmotion, inscrever-se no curso “Como tornar visível o invisível: visualizando as reações psicofisiológicas por meio de biofeedback”. Você irá aprender sobre:
✔ A neurociência associada aos transtornos de stress e ansiedade, os principais centros neurais envolvidos, as reações fisiológicas, as conexões entre a mente e o corpo, a fisiologia associada à estados de ansiedade e suas manifestações;
✔ O uso do biofeedback como ferramenta complementar-integrativa na avaliação, acompanhamento e tratamento, habilitando o profissional a usá-lo clinicamente;
✔ As modernas teorias da emoção que explicam o comportamento psicológico e sua implicação na saúde física e social. Veremos de C. Darwin e W. James à A. Damásio, J. LeDoux, S. Porges, R. Davidson.
Tudo explicado de maneira clara, de simples compreensão e assimilação.
Não perca tempo, pois as vagas são limitadas.
➡ Curso em Curitiba 20 e 21/08/2016: Inscrições aqui.
1. Alexander Caillet é um psicólogo organizacional e um consultor internacional de gerência. Ele está no Institute for Transformational Leadership e no seu programa de Treinamento de Liderança da Universidade de Georgetown nos Estados Unidos.
2. Jeremy Hirshberg é o diretor regional de soluções de liderança do Center for Creative Leadership de San Diego, Califórnia, nos Estados Unidos.
3. Stefano Petti é o diretor gerente da Asterys, uma consultoria especializada em liderança e transformação organizacional, baseada em Roma, na Itália.
Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós-graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.
Comentários