Efeitos do biofeedback HRV* sobre o estresse em estudantes de enfermagem
Este é um resumo do estudo, cujo título integral é: “Estudo piloto sobre os efeitos do biofeedback da variabilidade da frequência cardíaca sobre o estresse e a capacidade de adaptação percebidos, e a resiliência, em estudantes de bacharelado acelerado de enfermagem”, de Andrea J. Harmelink, apresentado à South Dakota State University, em 2016, como tese para obtenção do título de PhD Major em enfermagem.
O texto integral desta tese pode ser acessado aqui.
Resumo
Objetivo
O propósito deste estudo piloto experimental, randomizado e controlado, de dois braços, foi testar a eficácia do biofeedback da variabilidade da frequência cardíaca – VFC (HRV em inglês) − sobre o estresse percebido por estudantes de bacharelado acelerado de enfermagem (BAE), além de sobre a capacidade percebida de adaptação e a resiliência durante 4 semanas, durante um termo acadêmico do curso acima mencionado.
Este estudo foi guiado pela Teoria Transacional do Estresse e da Adaptação de Lazarus e Folkman, com foco na avaliação principal.
Cenário
Os estudantes de BAE relatam altos níveis de estresse e de ansiedade percebidos, em comparação com os estudantes de enfermagem do curso tradicional de 4 anos, em razão do formato comprimido e rápido do currículo BAE.
Dados qualitativos apontam para uma crescente consciência de altos níveis de estresse associados aos programas BAE, e a necessidade de estratégias para melhor adaptação; ainda assim, poucos estudos intervencionistas foram realizados com essa população.
O biofeedback VFC diminui a reatividade autônoma e regula os mecanismos fisiológicos da homeostase, que podem levar a menores graus de estresse e de ansiedade e a uma maior resiliência. As intervenções como o biofeedback da VFC são necessárias para os estudantes BAE, para promover estratégias de adaptação e aumentar a resiliência antes da formatura.
Métodos
Trinta e dois estudantes de programas de enfermagem nacionalmente acreditado na região norte do meio oeste americano, que estavam no quarto termo do seu currículo BAE foram recrutados e designados randomicamente para um dos dois grupos: para o grupo de intervenção com o biofeedback da VFC, ou para o grupo controle. Todos os participantes receberam formulários a serem preenchidos antes e depois da intervenção, que incluíam informação demográfica, a Perceived Stress Scale – PSS (Escala de Estresse Pecebido), a Coping Self-Efficacy Scale – CSE (Escala da Autoeficácia da Adaptação) e a Resilience Scale – RS (Escala de Resiliência).
O grupo da intervenção com o biofeedback VFC recebeu treinamento e usou um dispositivo pessoal de biofeedback VFC da investigadora principal.
Resultados
Os achados indicaram que o biofeedback VFC diminuiu significativamente o estresse percebido (t = 2,8588, p = 0,003832, α = ,05), bem como aumentou significativamente a capacidade de adaptação percebida (t = -4,012, p = 0,0001846, α = ,05), e a resiliência (t = -2,7787, p = 0,004663, α = ,05), nos participantes do BAE que estavam no grupo da intervenção com o biofeedback VFC, em comparação com os participantes do grupo controle.
Conclusão
Apesar dos fatores estressantes e das demandas do currículo BAE, ao achados deste estudo apoiam o uso do biofeedback VFC como uma intervenção para assistir estudantes BAE a gerenciar os níveis de estresse e a aumentar a capacidade de adaptação e a resiliência.
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Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.
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