A evolução da educação

A evolução da educação

O uso do biofeedback no desenvolvimento da inteligência cardíaca num ambiente escolar secundário

Esta foi uma dissertação de Marc W. Ross, apresentada à Divisão Educativa da Universidade de Calgary, Canadá, em 2011, para obtenção do título de PhD.

O texto integral da dissertação pode ser acessado aqui.

Resumo

Escreveu o autor que esta dissertação nasceu dos anos de trabalho com estudantes, compartilhando a experiência de ter ficado quadriplégico. Diz ainda o autor que a meta dele era encorajar os jovens a pensar sobre as suas escolhas e evitar atividades de risco inseguras. Ele diz que sentiu uma lacuna, no seu papel como mentor desses jovens estudantes e que ninguém os estava ensinando habilidades que pudessem ajuda-los a fazer boas escolhas.

Tendo engajado em práticas espirituais por muitos anos, e tendo um particular interesse em novas tecnologias, como o biofeedback, o autor desenvolveu uma pesquisa que poderia oferecer uma estratégia útil para os jovens: como poderia o desenvolvimento da inteligência cardíaca, através do uso do biofeedback, num ambiente de escola secundária, ser facilitada e encorajada?

O assunto da pesquisa demandava uma abordagem teórica e metodológica, que fosse suficientemente sensível para descobrir e entender construções abstratas, como a inteligência cardíaca e a coerência psicofisiológica. O autor misturou a teoria integral – especificamente o modelo integral de Wilber – com a epistemologia/ontologia hermenêutica de Gadamer e Heidegger, e a consequente metodologia hermenêutica fenomenológica, estrutura original qualitativa explicativa que ele chamou de fenomenologia hermenêutica integral.

Usando profundas entrevistas face a face, discussões em grupo focadas, interações no Facebook e conversas via e-mail, o autor reuniu as contas pessoais da evolução e da expressão do desenvolvimento da inteligência cardíaca nos seus 15 participantes: estudantes e funcionários da escola. Ele também manteve registro das experiências dos participantes de aprender a operar a tecnologia do biofeedback, para entrar num estado de coerência.

Então, ele analisou e interpretou os temas que surgiram dessas interações, para compor uma síntese integral dos resultados de cada participante, e do grupo como um todo.

Os dados descobriram oito temas principais:

• Atingimento de relaxamento ativo e de um estado pacífico de coerência;

• Conexão entre a coerência e a vivência baseada no coração e outras práticas/interesses espirituais;

• Vislumbres de potenciais e de possíveis benefícios para a saúde, através da vivência baseada no coração;

• A importância da vontade, ou da motivação pessoal na prática da construção da coerência;

• A necessidade de orientação e de encorajamento dos colegas, professores e da cultura escolar para viver mais do coração;

• O efeito de desenvolver a inteligência cardíaca sobre os relacionamentos com os colegas, com os professores e com a família;

• Os desafios e as oportunidades proporcionados pela tecnologia computadorizada do biofeeback;

• A influência do ambiente sobre as tentativas dos participantes para praticar a coerência.

Esses temas foram situados nos quadrantes do modelo integral, que serviram para jogar luz sobre a natureza pessoal, interpessoal e social dos dados. Os dados também revelaram, algumas considerações importantes sobre como melhor implantar este tipo de treinamento num ambiente de uma escola secundária.

Com base nas experiências dos 15 participantes, parece que o biofeedback e o desenvolvimento da inteligência cardíaca podem ser agentes poderosos para capacitar as pessoas a experimentar conscientemente a ausência de estresse, e para apoiar aqueles que estiverem motivados nos seus esforços para viver vidas com mais saúde, com melhor equilíbrio e espiritualmente gratificantes.

Feito adequadamente, este tipo de treinamento pode ajudar os jovens nas suas lutas para fazer boas escolhas e conseguir independência. Os funcionários podem usar essas habilidades para lidar pessoalmente com muitas situações de estresse por serem educadores, bem como para ajudar os jovens a crescer.

Potencialmente, este tipo de treinamento e de foco além do conteúdo puramente acadêmico pode ser uma pequena parte da evolução dos sistemas educacionais, para obter um ambiente humano mais amigável.

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Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.