O efeito de uma ferramenta baseada em biofeedback para controlar o estresse em médicos
Um ensaio clínico randomizado e controlado
Este ensaio clínico de Lemaire J. B. e col. foi publicado em Open Medicine 2011; 5(4)E154, e o texto completo da publicação pode ser acessado.
Resumo
Introdução
Escrevem os autores que, frequentemente, os médicos sofrem estresse relacionado ao trabalho, que pode levar a danos pessoais e a prejuízo do desempenho profissional, e que o biofeedback tem sido usado para controlar o estresse em diversas populações de indivíduos.
Objetivo
Determinar se uma ferramenta baseada em biofeedback para controlar o estresse, que consiste de respiração rítmica, de emoções positivas ativamente autogeradas e de um dispositivo portátil de biofeedback, diminui o estresse em médicos.
Delineamento
Este foi um ensaio clínico controlado para medir a eficácia de uma intervenção para a redução do estresse durante 28 dias, através de um ensaio clínico aberto e de um período de extensão de outros 28 dias, para avaliar essa eficácia.
Local
Um hospital terciário urbano.
Participantes
Quarenta médicos do hospital (23 homens e 17 mulheres), de diferentes especialidades (1 deles de emergência, 30 de especialidades clínicas e 9 de uma especialidade cirúrgica), foram recrutados através de e-mail, correio regular e de avisos colocados na sala dos médicos e em todo o hospital.
Intervenção
Os médicos do grupo que foi submetido à intervenção foram instruídos a usar a ferramenta baseada em biofeedback para controle do estresse três vezes por dia. Os participantes do grupo controle e do grupo submetido à intervenção receberam visitas de apoio duas vezes por semana da equipe de pesquisadores, durante 28 dias, sendo que o grupo submetido à intervenção também recebeu reforço para usar a ferramenta para controle do estresse durante essas visitas de apoio. Durante os 28 dias do período de extensão, ambos os grupos receberam a intervenção, mas sem o apoio intensivo da equipe de pesquisadores.
Principal medida do resultado
O estresse foi medido através de uma escala desenvolvida para capturar as mudanças no curto prazo das percepções globais do estresse pelos médicos (pontuação máxima de 200).
Resultados
Durante o ensaio clínico randomizado e controlado (dias 0 a 28), a pontuação média do estresse diminuiu significativamente no grupo submetido à intervenção (mudança – 14,7; desvio padrão [DP] 23,8; p = 0,013), mas não diminuiu no grupo controle (mudança – 2,2; DP 8,4; p = 0,30). A diferença da pontuação média entre os grupos foi 12,5 (p = 0,048). No grupo submetido à intervenção, as pontuações médias mais baixas do estresse foram mantidas durante a fase de extensão do estudo, até o dia 56. A pontuação média do estresse no grupo controle mudou significativamente durante o período de extensão de 28 dias (mudança – 8,5; DP 7,6; p < 0,001).
Conclusão
Os autores concluíram que a ferramenta baseada em biofeedback para controle do estresse pode ser uma estratégia simples e eficaz para os médicos.
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Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.
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