Acessando a intuição
Tipos de intuição
Primeiro tipo de intuição, frequentemente chamado de conhecimento implícito, ou de aprendizado implícito, refere-se essencialmente ao conhecimento adquirido no passado, e que foi esquecido, ou, cujo aprendizado não foi percebido.
O segundo tipo de intuição é o que é chamado de sensibilidade energética, que se refere à capacidade do sistema nervoso para detectar e responder aos sinais ambientais, como aos campos eletromagnéticos. Outro exemplo de sensibilidade energética é a sensação de que alguém está nos observando, que foi confirmada por diversos estudos.
O terceiro tipo de intuição é a intuição não local, que se refere ao conhecimento ou à sensação de algo, que não pode ser explicado pelo passado, ou por conhecimento esquecido, ou por sensação de sinais ambientais. Sugeriu-se que a capacidade de receber e processar informações sobre eventos não locais parece ser uma propriedade de toda organização física e biológica, e isso provavelmente é por causa de uma interconectividade inerente a tudo que existe no universo. Exemplos de intuição não local incluem quando um pai percebe que algo está acontecendo com seu filho, que está a muitas milhas de distância, ou à sensação repetida e bem sucedida experimentada por empreendedores sobre fatores relacionados à tomada de decisões comerciais eficazes. (A expressão May the force be with you… sugere algo?)
Embora o acesso das pessoas à intuição cardíaca varie, todos nós temos acesso aos três tipos de intuição acima mencionados. Quando aprendemos a desacelerar nossas mentes e a sintonizar nossos sentimentos mais profundos, pode ocorrer uma conexão natural intuitiva.
Frequentemente, a intuição é um pensamento no contexto de inventar uma nova lâmpada, ou de ganhar na loteria, mas a maioria das pessoas descobre que essa intuição é um ativo muito prático, que pode ajudar a orientar nossas escolhas e a tomar decisões em nossa vida diária.
As nossas percepções intuitivas revelam, com frequência, um melhor entendimento de nós mesmos, de outros, de determinadas questões e da vida, que anos de conhecimento acumulado. Ela é especialmente útil para eliminar gastos desnecessários de energia, que esgotam nossas reservas internas, dificultando nossa autorregulação e estarmos no comando das nossas atitudes, emoções e comportamentos nas situações da nossa vida diária.
A intuição nos permite aumentar nossa capacidade de ir além de nossas reações e percepções automáticas. Ela nos ajuda a tomar decisões mais inteligentes, a partir de uma fonte mais profunda de sabedoria, e inteligência e de discernimento equilibrado. Em essência, de aumentar nossa consciência, felicidade e a qualidade das nossas experiências de vida. Isto aumenta a sincronia e melhora nossa criatividade e nossa capacidade de fluir pela vida. Isto também aumenta nossa capacidade de lidar com situações incômodas, como facilitar relacionamentos com pessoas difíceis e promover interação harmoniosa e conectividade com outras pessoas.
É importante entender que não é possível ter consciência de qualquer coisa, incluindo as nossas emoções e os alertas intuitivos, até que algo tenha capturado a nossa atenção. Neurônios sensitivos em nossos olhos, ouvidos, nariz e corpo estão ativos continuamente, dia e noite, independentemente de estarmos acordados ou dormindo. O cérebro recebe um fluxo constante de informação sobre todos os eventos que os sistemas sensoriais detectarem.
Seria desconcertante se estivéssemos conscientes de todas as informações recebidas de nossos ambientes externos e internos. Na maioria das vezes, ignoramos completamente a maioria das informações que chegam ao cérebro.
É quando os inputs são grandes, repentinos ou novos, ou quando levam a uma reação emocional, que eles capturam e focalizam nossa atenção e, então, nos tornamos conscientes deles.
Por outro lado, a atenção voluntária descreve o processo através do qual podemos, conscientemente, autorregular e determinar os conteúdos da nossa consciência, como a duração do nosso foco. Evidência atual sugere que a capacidade autorreguladora depende de um recurso interno semelhante à energia, que é usado para interromper ou para alterar o fluxo de consciência e do comportamento. Quando essa energia limitada tiver sido esgotada, esforços adicionais de autorregulação podem ser aumentados e nos dar mais recursos energéticos para manter o controle autodirecionado. É importante verificar que essas práticas são também chave para estabelecer uma nova linha basal, que, uma vez estabelecida, novos padrões de autorregulação tornam-se automáticos e, portanto, não requerem o mesmo gasto de energia.
Uma das chaves mais importantes para acessar mais de nossa inteligência intuitiva e sensação interna de conhecimento é desenvolver níveis mais profundos de autoconsciência sobre nossos sentimentos e percepções mais sutis, que, de outra forma, nunca chegam à consciência. Em outras palavras, devemos prestar atenção aos sinais intuitivos, que muitas vezes estão sob o radar da percepção consciente, ou são camuflados por conversas mentais contínuas e por agitação emocional.
Um relatório comum de pessoas que praticam ser mais autoconscientes de seus sinais internos é que o coração comunica um fluxo constante de informações intuitivas para a mente e o cérebro. Em muitos casos, percebemos apenas uma pequena porcentagem de informações intuitivas ou optamos por desprezar os sinais, porque eles não combinam com nossos desejos mais egocêntricos.
Uma vez que existe uma relação entre o aumento da coerência cardíaca e o acesso a sinais intuitivos, a capacidade de mudar para um estado coerente é um fator importante nos três tipos de intuição: conhecimento/aprendizagem implícita, sensibilidade energética e intuição não local. A pesquisa discutida acima sugere que é possível acessar a inteligência intuitiva de forma mais efetiva, primeiro entrando em um estado coerente, acalmando conversações mentais e agitação emocional e prestando atenção às mudanças em nossos sentimentos, um processo que traz sinais intuitivos para a consciência.
Descobriu-se que o aumento da coerência entre o coração e o ritmo correlaciona-se a melhorias significativas do desempenho em tarefas que requerem foco da atenção e discriminação sutil. Descobriu-se também que a coerência coração-ritmo se correlaciona com os sinais aferentes (ascendentes) relacionados ao pré-estímulo do coração ao cérebro.
É provável que esses sinais sejam elementos importantes da intuição que são particularmente salientes no reconhecimento de padrões e que estejam envolvidos em todos os tipos de processos intuitivos.
Fonte: heartmath.org
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Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.
Comentários: 1
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