Abuso e adversidade na infância fazem coração sofrer a vida toda
De acordo com o artigo publicado no site Diário da Saúde, a autora, Dra. Shakira Suglia, da Universidade Emory dos Estados Unidos, escreve que “Crianças e adolescentes que experimentam abuso, bullying, negligência ou que testemunham violência e outras formas de adversidade são mais propensos a desenvolver doenças cardíacas e vasculares depois de adultos”.
Esta é a conclusão de uma revisão sistemática da pesquisa científica existente sobre o assunto, e já publicada em revistas médicas revisadas por pares.
Os dados documentam uma forte associação entre experiências adversas na infância e adolescência e maior probabilidade de desenvolver fatores de risco como obesidade, hipertensão arterial e diabetes tipo 2 mais cedo do que pessoas que não tiveram experiências adversas na infância.
Esses fatores de risco aumentam a probabilidade de desenvolver doenças do coração e do sistema circulatório na idade adulta, incluindo doença arterial coronariana, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, hipertensão arterial, obesidade e diabetes tipo 2.
“Em primeiro lugar, a verdadeira tragédia é que crianças são expostas a essas experiências traumáticas. Estamos falando de crianças e adolescentes que sofrem abuso físico e sexual e que testemunham a violência. Infelizmente, as consequências negativas desses eventos não terminam quando a experiência acaba; elas duram muitos anos após a exposição”, escreveu a autora.
Abuso e adversidade
A adversidade é comumente definida como qualquer coisa que as crianças percebam como ameaça à sua segurança física, ou que comprometa sua família ou estrutura social, incluindo abuso emocional, físico ou sexual, negligência, bullying por colegas, violência em casa, divórcio dos pais, separação ou morte, abuso de substâncias pelos pais, morar em bairros com altos índices de criminalidade, ser parte de uma família sem teto, discriminação e pobreza.
Como a adversidade alimenta as anormalidades cardiovasculares e metabólicas é algo ainda por ser desvendado, mas a evidência atual sugere que o comportamento, a saúde mental e as reações biológicas ao aumento do estresse desempenham seu papel nisto.
Por exemplo, reações não saudáveis ao estresse, como fumar ou comer demais, podem estar por trás do maior risco de sofrer doenças cardiovasculares e diabetes. Sabe-se que o estresse recorrente e crônico aumenta o risco de depressão, ansiedade e transtornos de humor entre crianças e adolescentes, o que, por sua vez, leva a comportamentos não saudáveis, que muitas vezes levam a doenças cardiovasculares e metabólicas. Altos níveis ou picos repetidos de estresse crônico podem prejudicar o desenvolvimento e o funcionamento normal das vias metabólica, nervosa e endócrina.
Dados de outros estudos também mostraram que nem todas as crianças que crescem enfrentando adversidades desenvolvem doenças do coração e do sistema circulatório, uma descoberta que sugere a existência de um conjunto de fatores biológicos, ambientais, culturais e sociais, que podem ajudar a reduzir o risco e prevenir o desenvolvimento das mencionadas doenças.
Pesquisas adicionais para entender melhor esses fatores protetores poderão, um dia, levar ao desenvolvimento de estratégias preventivas, observam os pesquisadores de um artigo, publicado na revista médica Circulation, da American Heart Association.
Também é interessante observar que, nem sempre, as verdadeiras causas dos diferentes tipos de abusos acima mencionados são evidentes e facilmente identificadas. Há diversos casos nos quais profissionais como psicólogos e psiquiatras são obrigados a recorrer a determinadas técnicas para identificar as causas em determinados casos individuais.
Existem maneiras de fazer isto, e, entre elas, destaca-se o emprego do cardioEmotion, que é uma ferramenta complementar-integrativa desenvolvida no Brasil pela Neuropsicotronics, em parceria com a USP.
Muitos psicólogos e psiquiatras já estão usando o cardioEmotion com sucesso, através do biofeedback da variabilidade da frequência cardíaca, (VFC, ou HRV em inglês), que permite treinar os pacientes para atingir um estado de coerência cardíaca.
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Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.
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