Coerência cardíaca, auto regulação, estabilidade autonômica e bem estar psicossocial

Coerência cardíaca, auto regulação, estabilidade autonômica e bem estar psicossocial

O modelo de coerência psicofisiológica propiciou o desenvolvimento de aplicações práticas e de abordagens para aumentar a capacidade auto reguladora e do tônus vagal numa ampla gama de populações, inclusive de indivíduos que passaram por traumatismos diversos.

Numerosos estudos evidenciarem que o treinamento da coerência cardíaca, que consiste da ativação de emoções positivas e calmantes juntamente com ferramentas de biofeedback cardíaco (HRV), traz melhoras significativas de indicadores do bem estar em diversas populações.

O papel da coerência cardíaca na facilitação da configuração dos padrões de resposta de adaptação, através de uma mudança da referência fisiológica basal para um padrão mais apropriado para os atuais contextos, foi destacado como uma peça central para apoiar o processo do retorno a uma função ótima.

Enquanto que a experiência traumática está associada a um senso de fragmentação e de perda de controle, que emerge de ativações intrusivas do estímulo traumático, de disfunção da auto regulação e da dificuldade de retornar à homeostase, a prática de técnicas para aumentar a coerência cardíaca está associada a uma experiência de sincronização intra e interpessoal, de harmonia social e de plenitude.

Isto é de particular relevância em circunstâncias nas quais a qualidade de vida está significativamente prejudicada, como acontece nos casos de trauma. O processo de re-padronização, através da ativação intencional de emoções positivas, e de gerar um estado mais consistente de coerência psicofisiológica, traz a possibilidade de abordar os principais componentes que definem a experiência traumática, permitindo que os indivíduos saiam do “estado travado” de desregulação e de fragmentação, para um estado de função harmônica sincronizada e saudável, nos níveis individual e social.

Estas foram as conclusões de um estudo publicado no site “frontiers in Psychology”, cujos autores são Rollin McCraty (Institute of HeartMath, Boulder Creek, California, USA) e Maria A. Zayas (Department of Psychology, Brenau University, Gainesville, Georgia, USA).

Ainda segundo estes autores, além das aplicações clínicas, o treinamento da coerência cardíaca é frequentemente utilizado para apoiar a aquisição de habilidades de auto regulação em ambientes educacionais, corporativos, policiais e militares. A ferramenta de biofeedback cardíaco (HRV) usa um sensor digital não invasivo, que fornece dados sobre a coerência.

No Brasil, já existe uma ferramenta de biofeedback cardíaco, que pode ser usada em diversas aplicações. Se você quiser saber mais sobre coerência cardíaca e biofeedback cardíaco, clique aqui para fazer download gratuito do e-Book “Como tornar visível o invisível: visualizando as reações psicofisiológicas por meio de biofeedback”.

Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.