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Por que sou ansioso?

Por que sou ansioso?

O corpo humano tem uma estrutura que o prepara para agir imediatamente diante de um perigo real ou imaginária, situações altamente estressantes. Esta reação ao stress é chamada de reação de preparo para fuga ou luta. Imagine por um momento que você seja um habitante da África e que pertence a uma tribo que vive na selva.

A seguir, imagine que você saiu de casa para realizar as suas tarefas diárias, entre as quais está trazer comida para a sua família; todavia, no meio do caminho, você é surpreendido pela presença de um leão.

Você terá que decidir rapidamente se opta por fugir ou lutar com o leão, e como você não confia muito na sua única arma (arco e flecha), você decide fugir, subindo numa árvore.

No instante em que você se viu em perigo, ocorre uma reação natural no seu corpo, na qual o Sistema Nervoso Simpático (SNS), que é parte do Sistema Nervoso Autônomo (SNA); desencadeia uma série de eventos:

✔ É liberado um estímulo nervoso (uma corrente elétrica), que trafega pelo chamado eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal;
✔ Recebendo esse estímulo, as glândulas suprarrenais (2) liberam na corrente sanguínea hormônios chamados adrenalina e noradrenalina;
✔ Esses hormônios se acoplam a receptores localizados em diversos órgãos do corpo e produzem efeitos importantes;
✔ No coração, este efeito é um aumento da frequência cardíaca, cuja consequência é aumentar a quantidade de sangue bombeada por unidade de tempo (se você vai ter que correr e subir numa árvore antes que o leão o alcance, você vai precisar de mais oxigênio nos músculos);
✔ No sistema cardiovascular, também ocorre um aumento da pressão arterial, que vai ajudar o exposto no item anterior;
✔ O sangue é principalmente dirigido aos músculos esqueléticos, onde há vasodilatação;
✔ Nos pulmões, ocorre bronco-dilatação, que vai permitir aumentar o aporte de oxigênio, para oxigenar uma maior quantidade de sangue, que está sendo bombeada pelo coração; concomitantemente há aumento da frequência respiratória;
✔ Nos olhos, há uma dilatação da pupila, que permite maior acuidade visual;
✔ No cérebro, há um aumento da consciência, o que facilita a tomada rápida de decisões muito importantes.

Vou deixar este assunto por aqui, uma vez que já mencionei os pontos principais, porém há ainda outros efeitos.



Agora imagine outra possibilidade: você não encontrou nenhum animal perigoso, caçou ou pescou com sucesso e voltou trazendo a comida para casa, que a sua esposa preparou, e você almoçou junto com a família.

Quando acabou de almoçar, sentou-se ou deitou-se um pouco, antes de retomar as suas atividades do restante do dia. Agora entra em ação a outra parte do SNA, o chamado Sistema Nervoso Parassimpático (SNP).

Este sistema opera preparando o corpo para outras funções: digerir a comida e incorporar as substâncias originadas da digestão, que você precisa para continuar a viver.

A estrutura física que representa o SNP são os nervos vago (2), que têm origem no Sistema Nervoso Central (SNC), sendo também conhecido como o décimo par de nervos cranianos.

Uma vez estimulado, o SNP age através da liberação de uma substância conhecida como acetilcolina, que tem os seguintes efeitos:

✔ Acionar o sistema digestivo, que libera diversas substâncias que participam da digestão dos alimentos: entre essas substâncias destacam-se a ptialina na saliva, o ácido clorídrico no estômago, várias enzimas liberadas no intestino delgado pelo fígado, pâncreas e pelo próprio intestino, que digerem os diversos nutrientes;
✔ Há nestes momentos uma diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial, sendo que o sangue bombeado pelo coração é dirigido principalmente para o sistema digestivo;
✔ Estes efeitos são acompanhados por uma sensação de sonolência, que originou a famosa sesta depois do almoço, ainda existente em regiões de clima mais quente;
✔ O aumento da atividade do SNP e da digestão provocam estímulo das funções excretoras, sendo comum a pessoa sentir necessidade de evacuar e de urinar;
✔ A frequência respiratória também diminui.

A exemplo do que fizemos em relação às ações do SNS, em relação ao SNP vamos ficar por aqui, lembrando apenas que há ainda outros efeitos.

Estas reações descritas em relação ao SNS podem também ocorrer sem a presença de um perigo ou ameaça reais, mas, apenas imaginárias. Assim sendo, você pode ter essa reação apenas pelo fato de se sentir em perigo, mesmo que isto não seja real.

Por outro lado, no mundo em que vivemos atualmente, há inúmeros fatores estressantes que desencadeiam reação de estímulo simpático, como, por exemplo, dirigir um veículo numa grande cidade, receber ameaças do chefe ou do patrão, por que o seu trabalho não está agradando plenamente, aumentos repentinos de impostos, insegurança pessoal (medo de assaltos), etc.

Se isto se somar a outras causas (medo do inferno, de um possível choque de um asteroide com a Terra, medos de todos os tipos) e for uma situação permanente, pode gerar o que é chamado de estresse, que pode causar uma sensação geral de insegurança e até de pânico. O stress e a ansiedade andam juntos.

De outra maneira, o termo ansiedade é definido pelos dicionários como aflição, angústia, perturbação do espírito causada por incertezas, perigo, etc.

Os principais sintomas da ansiedade são:

✔ Preocupações, tensões e medos exagerados,
✔ Sensação contínua que um desastre ou que algo muito ruim vai acontecer,
✔ Preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família, trabalho, etc.,
✔ Medo exagerado de ser humilhado publicamente,
✔ Falta de controle sobre pensamentos, imagens, ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade,
✔ Pavor, depois de uma situação muito difícil.

De um modo geral, você pode ser mais ou menos ansioso, dependendo de quem você é, de onde vive, o que faz, etc.

Você sabe que no Brasil já existe uma ferramenta de biofeedback cardíaco (HRV) disponível para auxiliar no tratamento da ansiedade? Para saber mais sobre essa ferramenta chamada cardioEmotion, faça download do e-Book “Como tornar visível o invisível: visualizando as reações psicofisiológicas por meio de biofeedback”.

Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.

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