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Pode o estresse ser reduzido através da coerência cardíaca?

Pode o estresse ser reduzido através da coerência cardíaca?

Este estudo constituiu a tese de mestrado apresentada pela autora, Jolant van den Haspel, à Faculdade de Ciências Sociais e Comportamentais e de Psicologia Experimental e do Trabalho da Universidade de Groningen, Holanda, em 2009.

Neste estudo, o ser humano é apresentado como um sistema dinâmico, que funciona em circunstâncias que estão constantemente mudando, e que busca o equilíbrio. A capacidade de auto regulação pode manter o ser humano em equilíbrio dentro dos limites do estado de equilíbrio, entretanto, quando novas circunstâncias ‘ameaçadoras’ perturbam esta situação, novas estratégias de adaptação precisam ser desenvolvidas e executadas para encontrar um novo equilíbrio. Este estado de desequilíbrio é chamado de ‘estresse’ e ocorre tanto em níveis baixos (celulares), como em altos (comportamento).

O estresse num nível funcional alto pode ser observado pelo cérebro e resulta quase diretamente na ativação do sistema fisiológico que suporta o desenvolvimento e a implantação dos processos de adaptação. O suporte fisiológico é chamado de ‘excitação’ e tem características específicas relacionadas aos níveis hormonais, ao sistema nervoso autônomo (SNA), às ondas cerebrais e à mútua sincronia dos ritmos fisiológicos.

O estresse pode levar a processos de adaptação, nos quais a sintonia entre as partes envolvidas terminará num novo estado de equilíbrio (aproximação), mas, que também pode resultar num processo caótico (desequilíbrio do SNA), movendo-se para mais longe do equilíbrio (evasão). O nome popular ‘estresse’ (falta de equilíbrio durante longos períodos de tempo) está relacionado a um estado de evasão e à redução desse ‘estresse’ pode ser alcançada mudando o estado na direção da ‘aproximação’.

O estado de aproximação ou de evasão influencia os domínios fisiológico, físico, emocional, cognitivo e comportamental. Em virtude da interconexão existente entre esses domínios, a mudança do estado pode começar dentro de todos esses domínios isolados. No domínio fisiológico, isto pode ser feito aumentando a sincronia mútua entre sistemas fisiológicos importantes. Esses sistemas, incluindo o sistema cardiovascular, mostra em equilíbrio um ritmo de 10 segundos. Em virtude da influência direta da respiração sobre a frequência cardíaca (FC), um ciclo de respiração de aproximadamente 10 segundos pode aumentar a sincronia numa direção mais equilibrada (estado de aproximação) da FC. A maior regularidade da variabilidade da FC é chamada de ‘coerência cardíaca’ e está relacionada ao estado se aproximação.

Neste estudo, foi dado um treinamento para usar a coerência cardíaca, isto é, um aumento da respiração coerente num ritmo de 10 segundos, para reduzir o estresse. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito desta forma de redução de estresse no campo dos ritmos fisiológico, do SNA, das ondas cerebrais e dos aspectos físico, emocional e cognitivo do estresse.

Quatorze mães submetidas a estresse contínuo por crianças portadoras de ADHD (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), de PDD-NOS (transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação), de autismo e de outras inquietações foram recrutadas para esta pesquisa. Todas as mães participaram de uma sessão prática com um método de biofeedback para aumentar a sua coerência cardíaca pelo método da respiração coerente, num ritmo de 10 segundos. Adjacente a esta sessão prática, o grupo experimental recebeu 4 sessões de treinamento, com explicação sobre o processo de estresse e conscientização das possibilidades e motivação para implementar a coerência cardíaca em situações de estresse doméstico. As mães foram solicitadas a praticar o método da respiração coerente cinco vezes por dia, durante meio minuto para automatizar este processo.

Os resultados da prática mostraram como todas as mães podem dobrar a sua coerência cardíaca através do método da respiração coerente e do biofeedback dentro de meia hora. Sem treinamento, este efeito não é mantido durante um período de duas semanas. Entretanto, após o treinamento doméstico o efeito foi realmente mantido durante duas semanas. Ele não apenas aumentou a coerência cardíaca, como também causou uma melhora significativa das outras variáveis, nos domínios fisiológico, físico, emocional e cognitivo, o que prova que o treinamento pode conduzir à redução do estresse.

Um efeito indireto potencial do estado dirigido mais aproximado das mães foi notado na situação doméstica, na qual a quantidade de destemperos das crianças inquietas diminuiu. De acordo com um questionário de seguimento, dois meses depois do último treinamento as mães podem ainda usar a coerência cardíaca em situações estressantes.

Esta pesquisa mostrou que um curto período (duas semanas) com algum treinamento (4 sessões de meia hora) e uma pequena quantidade de trabalho doméstico (5 vezes por dia durante meio minuto) são suficientes para mudar o estado de evasão fisiológica do estresse na direção da aproximação, com consequências positivas para os níveis de estresse físico, emocional e cognitivo.

A pergunta “pode o estresse ser reduzido através da implementação de coerência cardíaca por mães com crianças inquietas”?, pode ser respondida com um ‘sim’. Outras pesquisas podem responder à questão de se isto também é possível para as pessoas que enfrentam uma situação estressante duradoura por outros motivos.

O texto completo desta pesquisa pode ser acessado aqui.


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Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.

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