Monitoramento doméstico da pressão arterial (MAPA) interpretado cronobiologicamente
Este estudo de Finley J. e col., cujo texto integral pode ser acessado aqui.
Resumo
Os autores compararam as medidas feitas pela própria pessoa, de maneira contínua, nas 24 horas, durante 5 meses, com medidas subsequentes de controle (MAPA) (ciclos lunares 9 a15) e descobriram que as últimas medidas propiciaram um novo diagnóstico de alternância social de sincronização e de falta de sincronização da pressão arterial (PA) e da frequência cardíaca (FC), que não poderia ser feito com o MAPA domiciliar de 24 ou de 48 horas.
A confiança num manguito de PA num consultório médico não se justifica; eles podem fornecer medidas com erros referentes ao ritmo e aos resultados, que podem induzir a erros de diagnóstico. A figura 1 mostra uma série contendo análise de 5 meses iniciais de medidas feitas pelo próprio sujeito da pesquisa, com aproximadamente 3 horas de intervalo, seguidas por uma cobertura de um período semelhante de medidas automáticas, com um instrumento do Spacelabs (Issaquah, Washington, USA).
As medidas do próprio sujeito foram feitas por uma paciente de 62 anos de idade, seleno-sensível, com uma história de adinamias no inverno e no verão, que duravam 2 a 3 meses, durante os 20 anos anteriores. Durante o quarto mês lunar de suas medidas próprias, ela começou as mediadas da PA e da FC e, no nono mês lunar, ela mudou para o MAPA.
Uma olhada nos dados originais referentes à PA diastólica revelou níveis gerais muito mais baixos dos valores automáticos na coluna de cima, que começaram no ciclo lunar 9. Os valores noturnos geralmente estão faltando. Na segunda fila, está a MESOR (M), uma dado estatístico da linha média do ritmo e a distância entre a curva e os pontos abaixo da curva correspondem a um erro padrão de M. A distância entre a curva M e a curva de cima da segunda fila representa a amplitude (A), uma medida objetiva da metade da extensão da medida diária, e a distância entre a curva superior e os pontos acima dela representa 1 erro padrão de A.
Um acentuado aumenta da área entre as duas curvas, começando no ciclo 9, quando começaram as medidas automáticas, mostra o aumento de A. Na mudança das fases, durante os ciclos 4 e 8 inclusive, elas são altamente variáveis na fila 3 deste gráfico, no qual a acrofase está duplamente plotada quando se aproxima da meia-noite, correspondendo a zero graus (uma meia-noite) e 360 graus (a meia-noite seguinte).
Relativamente, poucos pontos são vistos próximos da acrofase, representando ICs (intervalos de confiança de 95%) antes do ciclo lunar 9, nos quais os pontos entre parêntese estão presentes na maior parte do tempo nos ciclos seguintes, de acordo com a informação da linha dos valores de p. Nesta quarta fila, a horizontal pontilhada representa 5%, sendo a linha basal 1% e os níveis mais baixos.
Antes do ciclo 9, muitos valores de p são desprezados, uma vez que estão acima do nível de 0,5, e a maioria deles está acima do nível 0,05. Em contraste, a detecção do ritmo, na maioria das vezes impossível pelo método usado nos ciclos 4 a 8 inclusive, está invariavelmente presente no nível de 1%, ou abaixo dele, nos ciclos 9 e 10, durante os quais, o curso do tempo horizontal da acrofase mostra uma sincronização da frequência. Todos os valores de p estão abaixo do nível 0,5 destes dois ciclos; a vasta maioria deles está no nível 1%, ou abaixo dele, quando as fases do ritmo começam um curso de tempo mais atrasado, que continua através dos 3 ciclos seguintes, mostrando uma falta de sincronização da frequência.
Neste caso, na maior parte do tempo, não foi possível detectar ritmo através das medições próprias de uma pessoa altamente motivada; ao contrário, uma clara demonstração de um ritmo circadiano foi possível graças ao instrumento automático, e à interpretação cronobiológica dos dados de uma série. As estimativas de M, A e phi foram muito mais valiosas nas medidas próprias que nas medidas automáticas.
Conclusão
Os autores concluem que, para uma detecção confiável da frequência da falta de sincronização, as medidas manuais feitas durante a vigília, por uma pessoa altamente motivada, variam demais para ser confiáveis. O uso do MAPA, interpretado cronobologicamente, durante intervalos de tempo adequados, torna-se essencial, vindo então a necessidade de substituir o manguito pelo MAPA-C nos consultórios médicos. Os autores agradeceram a Jon Clark do
Spacelabs (Issaquah, WA) pelo instrumental usado.
Ver figura 1 a seguir:
Você sabe que no Brasil já existe uma ferramenta de biofeedback cardíaco (HRV) disponível para auxiliar no tratamento da ansiedade? Para saber mais sobre essa ferramenta chamada cardioEmotion, faça download do e-Book “Como tornar visível o invisível: visualizando as reações psicofisiológicas por meio de biofeedback”.
—
Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.
Comentários