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Newsletter 3 – Biofeedback e Hipertensão

Newsletter 3 – Biofeedback e Hipertensão

Efeitos de um dispositivo de biofeedback com respiração ritmada sobre a pressão sanguínea, níveis de estresse e ansiedade em hipertensos.

 

Beatriz S. A. C. New York, et al. Effect of device-guided paced breathing of biofeedback on blood pressure, stress and anxiety levels in hypertensives Research, Society and Development, v. 10, n. 9, 2021.  18525-Article-228647-1-10-20210801.pdf. Publicado em 01 de Agosto de 2021.

INTRODUÇÃO:

A hipertensão arterial é uma doença crônica de etiologia multifatorial. Em todo o mundo, estima-se um aumento de aproximadamente 60% em adultos hipertensos para 2025, afetando 1,56 bilhões de pessoas, causando um impacto adverso na mortalidade e morbidade cardiovascular em todo o mundo.

Entre os fatores de risco determinantes para o desenvolvimento de hipertensão arterial, os fatores psicossociais desempenham um papel significativo no agravamento da hipertensão arterial. sendo o estresse psicossocial e a ansiedade comumente observados nessa população, uma vez que o os níveis clínicos e subclínicos dessas condições emocionais influenciam as vias biológicas do sistema nervoso simpático e eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, interferindo nos processos em cascata envolvidos na regulação da pressão arterial.

Estudos afirmam que técnicas de meditação, psicoterapias comportamentais, terapia de relaxamento e biofeedback demonstram efeitos significativos nesses pacientes, devido aos seus efeitos decrescentes nos níveis da pressão arterial . Essas terapias podem fornecer autorregulação do sistema nervoso autônomo sistema, proporcionando efeitos sobre a coerência cardíaca, ou seja, o equilíbrio entre a frequência cardíaca e a frequência respiratória, bem como na contração muscular, pressão arterial e atividade cerebral. Além disso, a redução da ansiedade e níveis de estresse são esperados. Todos esses eventos podem contribuir com uma influência positiva no controle da pressão arterial.

O uso de treinamento respiratório estimulado associado ao biofeedback pode representar uma alternativa eficaz para modular tal desequilíbrio.

OBJETIVO:

O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência da coerência cardíaca por meio da Terapia de Biofeedback com respiração estimulada sobre a pressão arterial, níveis de estresse e ansiedade em indivíduos com hipertensão arterial essencial.

MÉTODO:

Este estudo envolveu indivíduos com 18 anos de idade ou mais, independente do sexo, apresentando hipertensão essencial estágio I ou II com diagnóstico médico, atualmente não tabagista e que não apresentava qualquer outro quadro cardiovascular associado, distúrbios respiratórios ou neurocognitivos, nem apresentava índice de massa corporal > 30 kg / m².

Hipertensão estágio I é uma pressão arterial sistólica (PAS) que varia de 130 a 139 mmHg ou pressão arterial diastólica *PAD) entre 80 e 89 mmHg;

Hipertensão estágio II ocorre quando PAS ≥ 140 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg

Simultaneamente foram avaliados os níveis de estresse e ansiedade dos participantes.

Os participantes eram instruídos a descansar por 5 minutos e não falar durante sua medição. Além disso, eles foram convidados a esvaziar a bexiga, não ingerir bebidas alcoólicas ou café, além de não comer e realizar qualquer exercício físico por pelo menos 60 minutos antes da PA avaliação.

Antes do início do treinamento, foi realizada uma sessão de avaliação e adaptação; e após o 8 treinamento sessões, uma nova avaliação foi realizada. As sessões de treinamento de 20 minutos ocorreram duas vezes por semana durante quatro semanas, onde foi escolhido o treinamento de nível fácil, áudio no modo “música” e “estado de coerência cardíaca”, e o ritmo respiratório foi o único através do qual o paciente obteve uma melhor coerência cardíaca na sessão de avaliação.

A intervenção consistiu em sessões de respiração estimulada guiadas por um Biofeedback (dispositivo de respiração guiada) (Dispositivo de biofeedback cardioEmotion® Home, NPT – Neuropsicotronics LTDA, São Paulo – Brasil). Esses dispositivos determinam a modulação da coerência cardíaca, caracterizada pelo equilíbrio entre frequência cardíaca e frequência respiratória. Assim, a coerência cardíaca é considerada um estado onde a variabilidade da freqüência cardíaca (HRV) é máxima e está próxima de 0,1 Hertz na densidade espectral da potência de frequência cardíaca.

Os participantes foram avaliados por meio de avaliação clínica, Escala de Hipertensão arterial Milton para Ansiedade, Escala de Estresse Percebido e variáveis cardiovasculares.

RESULTADOS:

Participaram deste estudo dezesseis pacientes com idade média de 57,3 ± 14 anos Comparações entre os níveis médios de pressão arterial sistólica inicial e final em mulheres e homens, frequência cardíaca pré e pós-treinamento e níveis de ansiedade foram significativos.

Após a intervenção, os participantes tiveram uma redução na pressão arterial média, mostrando redução significativa nesta variável, indicando 71,7% de probabilidade de pacientes hipertensos terem reduzido a pressão arterial após uma intervenção. E que a probabilidade de um paciente hipertenso apresentar níveis reduzidos de ansiedade após o treinamento é de 82,1%.

As médias antes e depois da intervenção evidenciou uma redução de 3,6% na pressão arterial diastólica dos hipertensos, uma redução de 13,33% no estresse hipertensivo, além de um aumento no escore da coerência cardíaca de 13,72%.

Apresentou uma redução evidente nos escores médios de ansiedade após terapia que  foi observada em mulheres (40%) e homens (31,82%). Os escores de estresse após a intervenção diminuíram 11,23% nos homens e 25,92% nas mulheres.

Considerando o confronto com a literatura científica, a terapia de biofeedback associada à respiração lenta estimulada é uma opção terapêutica relevante para a modulação sintomática da ansiedade e do estresse em pacientes hipertensos, visto que suas condições de pressão arterial são diretamente dependentes de suas condições emocionais, o que consequentemente resultará em ganhos de condições clínicas

CONCLUSÃO:

As principais conclusões do estudo são:

(a) A respiração compassada guiada por biofeedback pode reduzir os níveis de PA em pacientes com hipertensão essencial nos estágios I e II como um complemento à terapia medicamentosa;

(b) a intervenção pode reduzir o estresse e níveis de ansiedade

(c) melhorar a VFC, proporcionando aumento da CC e redução da frequência cardíaca.

Em conclusão, o treinamento respiratório estimulado com terapia de biofeedback pode ser promissor para reduzir os níveis de ansiedade em indivíduos com hipertensão arterial essencial.

Artigo com 34 referências

 

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