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Treinamento comportamental neurocardíaco em hipertensão arterial: um ensaio clínico randomizado e controlado

Treinamento comportamental neurocardíaco em hipertensão arterial: um ensaio clínico randomizado e controlado

Este estudo clínico, de autoria de Robert P. Nolan e col., foi publicado originalmente online em 01/03/2010 na Hypertension. 2010;55:1033-1039, (doi: 10.1161/HYPERTENSIONAHA.109.146233), que é publicada pela American Heart Association, 7272 Greenville Avenue, Dallas, TX 75231. A versão online deste artigo, juntamente com informação atualizada e serviços pode ser encontrado aqui.

Não está bem estabelecido se as intervenções comportamentais acrescentam benefício ao tratamento medicamentoso da hipertensão arterial.

Os autores estabeleceram uma hipótese que o treinamento comportamental neurocardíaco (TCN) através do biofeedback da variabilidade da frequência cardíaca (HRV = heart rate variability) reduziria ainda mais a pressão arterial, modificando a modulação da frequência cardíaca vagal durante as fases de reatividade e de recuperação de tarefas cognitivas padronizadas (“estresse mental”).

Este ensaio clínico randomizado e controlado recrutou 65 pacientes portadores de hipertensão arterial não complicada, designados para o TCN ou para controle ativo (relaxamento autógeno), com seis sessões de 1 hora de duração durante 2 meses, realizadas no domicílio.

Os resultados foram analisados através de modelos lineares mistos, ajustados para medicamentos anti-hipertensivos. O TCN reduziu a pressão arterial sistólica durante o dia e durante 24 horas (−2,4 ± 0,9 mmHg, p = 0,009, e − 2,1 ± 0,9 mmHg, p = 0,03, respectivamente) e a pressão de pulso (− 1,7 ± 0,6 mmHg, p = 0,004, e – 1,4 ± 0,6 mmHg, p = 0,02, respectivamente). Não foi observado qualquer efeito sobre os controles (p > 0,10 para todos os índices). O TCN também aumentou o poder RR de alta frequência (0,15 para 0,40 Hz; p = 0,01) e o intervalo RR (p < 0,001) durante as tarefas cognitivas. Entre os controles, o poder RR de alta frequência ficou inalterado (p = 0,29) e o intervalo RR diminuiu (p = 0,03). Nenhuma intervenção alterou a sensibilidade espontânea do barorreflexo (p > 0,10).

Ao contrário do tratamento pelo relaxamento passivo, o TCN através do biofeedback cardíaco (HRV) reduz modestamente a pressão arterial sistólica e de pulso ambulatórias durante a vigília, e aumenta a modulação da frequência cardíaca vagal tônica, independentemente dos medicamentos anti-hipertensivos. Não se sabe se a eficácia deste tratamento pode ser melhorada através do biofeedback do ganho do barorreflexo. O TCN é adequado para fisiologicamente definir objetivos do tratamento, para especificar os mecanismos da mudança terapêutica e, portanto, para replicar os resultados do tratamento. Por este motivo, os autores propõem o TCN como um novo avanço no desenvolvimento das intervenções comportamentais na hipertensão arterial.

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Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.

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