Depressão em médicos
A revista Medicina do Conselho Federal de Medicina, de abril de 2017, publicou na página 9 um artigo, que destaca o problema mencionado neste título.
Segundo o artigo, “a depressão é um problema que atinge toda a sociedade e os médicos também”. Ainda de acordo com o artigo, “para o Diretor de Fiscalização do CFM, Emmanuel Fortes, isto resulta da falta de condições de trabalho, sobrecarga, discrepância entre a remuneração e o esforço dispendido, sentimento de injustiça e de interferência de terceiros na atuação médica, entre outros fatores”.
“No geral, o médico não gosta de pedir ajuda e tem uma tendência a automedicar-se, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento. A adesão ao tratamento psiquiátrico também é ruim e é preciso que a fragilidade seja reconhecida para que haja eficácia”, ressalta o Conselheiro Federal pelo Piauí, Leonardo Sérvio Luz, que orienta os médicos a pedirem ajuda.
Segundo a OMS, o Brasil é o terceiro país do mundo com maior prevalência de depressão (5,8% da população), sendo superado somente pela Austrália, Estônia e Ucrânia. No mundo, esta doença atinge 322 milhões de pessoas, sendo a principal causa dos 888 mil suicídios ocorridos anualmente.
Ainda de acordo com o artigo, “uma pesquisa publicada no início deste ano no jornal O Globo mostrou que o médico está na quinta posição entre os grupos de profissionais que mais sofrem com depressão e transtornos mentais do comportamento”.
“O médico é pressionado o tempo todo, o que os deixa mais suscetíveis”, afirma o Conselheiro por Goiás, o psiquiatra Salomão Rodrigues Filho, que também chama a atenção para a síndrome de burnout (esgotamento). Segundo ele, dados de pesquisa publicada no Archives of Internal Medicine apontam que 46% dos médicos já sofreram com depressão em algum momento da carreira. “Esta é uma doença do humor, com manifestações depressivas produzidas pelo estresse crônico das condições desgastantes do trabalho”, ele explica.
Ele ainda elenca os estágios da doença, “que começa por uma necessidade de afirmação, de fazer tudo sozinho, seguida por negligência com os cuidados pessoais, recusa de contatos pessoais e, por fim, depressão com riscos suicidas”. Diz ele ainda que “entre os sintomas estão tristeza, pessimismo, ansiedade, dificuldade de concentração, exaustão e perda do sentimento de satisfação pessoal”.
Emmanuel Forte afirma que “a criação e espaços para a discussão dos problemas identificados pelos médicos, o aprimoramento profissional, a melhoria da relação médico-paciente e o treinamento para a conivência com a morte são algumas das ações que podem aumentar a resiliência do médico”.
Nós já discutimos em diversos posts a utilidade do biofeedback da variabilidade da frequência cardíaca (VFC, ou HRV em inglês) no treinamento para atingir a coerência cardíaca, e da importância da coerência cardíaca no combate aos efeitos do estresse crônico sobre os profissionais em geral.
Sem dúvida, esta técnica tem sido usada com sucesso nestes casos por profissionais psiquiatras e psicólogos, como também já descrevemos anteriormente.
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Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.
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