O que aconteceu com Mariana?
Eu ficava indignado quando recebia em meu consultório a paciente Mariana.
Ela relatava que as dores musculares que havia sentido na semana passada tinham retornado. Eu já tinha usado todo o arsenal terapêutico disponível para eliminar suas algias, mas o benefício só durava alguns dias e as dores regressavam com a mesma intensidade.
Havia três semanas consecutivas que eu usava diversas técnicas de analgesia, alongamento, pompagem, eletroterapia, massoterapia, terapia de pontos gatilhos. Mariana terminava a sessão sem qualquer dor, feliz e aliviada do suplício que a perseguia.
Ela relatava que todos os dias ela acordava contraída, com os dentes fortemente cerrados e músculos muito, muito tensos. Contava suas dores no músculo trapézio (entre os ombros) e nas colunas cervical e lombar. Referia parestesia, dor em fisgada no ombro e dor irradiada na escápula.
Na anamnese, ela havia relatado que sofria muita tensão no serviço. Aos 35 anos de idade e formada em medicina, Mariana não suportava a pressão que os pacientes do banco faziam para que a empresa mudasse o atendimento médico. Mas ela nada podia fazer, uma vez que era contratada por uma empresa terceirizada. Ela somente prestava serviços ao banco, não era funcionária. Toda vez que ia conversar com a responsável, a resposta era sempre a mesma: este é o trabalho que tenho para te oferecer. Caso não esteja gostando, pode ir embora.
Como Mariana era sozinha, vindo de outra capital, não tinha opções senão aceitar o fardo. Porém, seu estado geral estava piorando.
Certo dia, perguntei à Mariana o que ela não havia revelado na anamnese. O que ela havia escondido, que ela não se sentia à vontade para falar. A Mariana sentiu que havia vontade verdadeira de ajuda-la e resolveu abrir seu coração. Ela não tinha amizades, preferia ficar só nos finais de semana, padecia de agorafobia – medo de estar em espaços abertos ou no meio de uma multidão -, apresentava fobia ao viajar de avião, só fazendo isso com a ajuda de calmantes. Também já tinha passado por alguns episódios de ataque de pânico. E também por diversas sessões de Terapia Cognitivo Comportamental e psicanálise. Mas ninguém sabia disso. Ela guardava seus segredos a sete chaves. Para agravar seu quadro psicológico, havia terminado o noivado há alguns meses.
Sentia-se só, traída e desamparada. Tinha medos, ansiedades e incertezas. O que teria acontecido para que esse quadro complexo houvesse se instalado em Mariana? Quando isso teria ocorrido? Ela não sabia, não se lembrava de episódios de vida que a levassem a isso. Por mais que pensasse, não ocorriam respostas. Foi quando sugeri que fizéssemos uma avaliação inicial, usando regressão hipnótica. Porém, antes eu conectei a Marina no biofeedback cardioEmotion, usando o sensor auricular e ensinei Mariana a entrar no estado de coerência cardíaca. Ela ficou impressionada com a mudança das ondas cardíacas: de um estado de ondas caóticas para um harmônico, ondas sinusais. E ela podia verificar essa mudança na tela do computador, em tempo real. Isso a deixou fascinada, pois nunca havia visto nada igual durante a faculdade e a residência médica.
Você gostaria de saber o que aconteceu com Mariana e como o biofeedback cardíaco ajudou a encontrar a origem dos problemas dela? A história completa de Mariana está no eBook “Como tornar visível o invisível: visualizando as reações psicofisiológicas por meio de biofeedback” “Nem sempre nossos clientes relatam o que precisamos saber”.
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Sobre o autor deste post: Colunista do blog do cardioEmotion, Dr. Fernando é formado em medicina pela USP, pós graduado em administração de empresas pela FGV, possui mais de 40 anos de experiência como executivo de sucesso em empresas multinacionais do ramo farmacêutico, além de escritor e tradutor sênior.
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